Barueri vai transformar lixo em energia elétrica em dois anos

Em breve, Barueri poderá receber lixo e transformá-lo em energia elétrica. Segundo a prefeitura da cidade, as obras da Unidade de Recuperação Energética (URE) devem começar ainda este semestre com início de operação previsto para o segundo semestre de 2015.

A Licença Provisória já foi emitida pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), com exigências que devem ser atendidas antes da Licença de Instalação (LI). Após a LI será possível apresentar o projeto executivo da URE Barueri, além disso, a empresa FOXX terá a concessão de serviço para tratamento e recuperação energética de resíduos por 30 anos.

“A URE é uma alternativa que atende aos mais rígidos padrões de segurança do mundo, com as mais avançadas tecnologias para o processo térmico, filtragem e controles de emissões. A unidade não traz risco para o meio ambiente e à saúde da população. A água e o solo serão preservados e os impactos no trânsito do entorno minimizados”, disse a administração por meio da assessoria de imprensa.

A Unidade de Recuperação Energética será instalada na Estação de Tratamento de Esgoto (ETA) de Barueri, na Aldeia. Para isso, parte da área, que pertence à Sabesp, será repassada à prefeitura, por meio de um convênio. A Unidade terá um investimento estimado de R$ 160 milhões e capacidade para tratar 825 toneladas de lixo por dia, o que deve colocar em funcionamento uma usina termelétrica de 17 MW.





Com a URE, Barueri será a primeira cidade do Estado de São Paulo que irá transformar lixo em energia elétrica. De acordo com artigo do professor Sandro Donnini Mancini, da Unesp, uma usina semelhante, de pequeno porte, funciona na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Já na cidade de Unaí, em Minas Gerais, outra usina, ainda menor, carboniza resíduos e o carvão gerado pode alimentar uma termelétrica.

Além de Barueri, os municípios de Santana de Parnaíba e Carapicuíba também devem ser atendidos com a URE. Dados da Cetesb, apontados pelo professor Mancini em seu artigo, afirmam que essas três cidades geram, juntas, 425 toneladas diárias de resíduos sólidos domiciliares.

Entenda o processo

A URE irá receber o lixo doméstico que não foi separado para a coleta seletiva. Esse lixo será despejado em um fosso de 9 metros de profundidade. No fosso, os resíduos são misturados antes de seguir para as grelhas de tratamento térmico.  Após a mistura, o material seguirá, por meio de uma garra, para grelha onde é realizado o tratamento térmico, processo que acontece em uma temperatura de mais de 850ºC, o que inibe a formação de gases tóxicos.

Com o calor, a caldeira produz vapor que será direcionado para um turbo-gerador que gera energia elétrica.  Após o tratamento, o lixo é reduzido em 90% do volume inicial e as cinzas e os gases formados durante a operação seguem para destinação adequada.

De acordo com a Prefeitura, todo processo é acompanhado por um programa de monitoramento on-line, tanto pelo órgão ambiental regulador quanto pela população.

Fonte: WebDiário





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